quarta-feira, 17 de julho de 2019

TRABALHO EM EQUIPE



Em o livro Paulo e Estêvão, Emmanuel apresenta em sua introdução a proposta da obra que seria, entre outras, demonstrar que Paulo de Tarso não poderia chegar a bom termo de sua missão, em ação isolada no mundo, ressaltando assim, a importância de um trabalho em equipe.
Segundo o autor a vida de Estêvão e de Paulo estava entrelaçada. Assim, a contribuição de Estêvão e de outras personagens da história confirmam a necessidade e a universalidade da lei de cooperação. O próprio Jesus procurou a companhia de doze auxiliares, a fim de empreender a renovação do mundo.
Emmanuel enfatiza ainda que, sem cooperação, não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo.
Kardec afirma (Livro dos Médiuns, 2013) que o Espiritismo bem compreendido deveria oferecer um laço forte que prenderiam os membros constituintes da sociedade, conhecida hoje como centro espírita.
Em sua concepção, a recíproca benevolência que reina entre todos os integrantes de uma sociedade exclui o constrangimento e o vexame que nascem da suscetibilidade, do orgulho e do egoísmo.
Kardec afirma que esse tipo de sociedade só poderia existir se as pessoas se reunissem com o propósito de se instruírem pelos ensinos dos Espíritos, e não na expectativa de presenciarem fenômenos. Ele sugere, para isso, a formação de pequenos grupos que possam se visitar entre si, permutar ideias e observações, procurando formar o núcleo da grande família espírita.
Emmanuel adverte a cada obreiro da seara espírita, por incumbir-se de tarefa específica, a indagar, de quando em quando, a si mesmo:
O que tenho sido no grupo de trabalho ao qual pertenço? Uma solução ou um agravante? Um companheiro assíduo ou um assistente esporádico? Um amigo compreensível ou um crítico contumaz? Um bálsamo ou um cáustico? Um enfermeiro do bem ou um doente a ser tolerado? Uma planta frutífera ou um parasita destruidor? Uma bênção ou um problema?
Após essas observações, orienta-nos Emmanuel para verificar se estamos simplesmente na Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós?
O autor lamenta ainda que tem encontrado em quase toda parte, grupos formados em nome das interpretações ou dos interesses daqueles que os constituem ou frequentam, sendo difícil encontrar reuniões em nome de Jesus, porque é justamente nessas que os discípulos despem a sua túnica da vaidade humana, para conhecerem a Vontade do Mestre a respeito de suas vidas, consagradas ao Seu Serviço em todos os lugares por onde cruzam os pés.
Manoel Philomeno de Miranda em seu livro Perturbações Espirituais (LEAL, 2015), psicografado por Divaldo Franco alerta sobre o comportamento observado de alguns grupos espíritas, em que a intriga e a infâmia têm sido utilizadas para difamar companheiros, lançando uns contra os outros, desgastando energia e tempo inutilmente.
Adverte, ainda que, embora se pregue a tolerância, esta não tem sido praticada. Por mais que se explique sobre a necessidade do perdão, da gentileza, da caridade no trato com todos, comportam-se armados e muito insensíveis a qualquer palavra de admoestação que interpretam conforme sua doentia situação, de modo a abrir feridas nos sentimentos debilitados.
E continua dizendo que, atormentados pelas paixões servis, transformam os núcleos espíritas, que deveriam ser dedicados ao estudo, à oração, ao recolhimento dos sofredores, a santuário de comunhão com o Mundo Espiritual superior, em clubes de futilidades, de divertimentos, de comentários desairosos, de convívio para o prazer e de lancharia comuns.
O autor alerta também para o fato de que nessa fase de transição planetária, estão reencarnando antigos déspotas e criminosos, genocidas e bárbaros, fanáticos religiosos, odientos e zombeteiros, a fim de que aproveitem a sublime oportunidade de reparação e de crescimento na direção do Bem.
Ele chama a atenção para aqueles que procuram promover contendas e desentendimentos, transformando as Instituições em campos de batalhas destrutivas, sem dar-se conta do prejuízo moral e doutrinário que ocasionam.
Espíritas vaidosos, deixam-se dominar por entidades intelectualizadas, mas de baixo nível moral, que os mistificam, assacando acusações indébitas contra tudo e todos que lhes não compartem as ideias esdrúxulas e extravagantes.
E adverte a todos dizendo que a hora exige atenção e cuidado, ante o número expressivo de lobos disfarçados de ovelhas, com vozes mansas e veneno nas palavras, que aparentam humildade forçada e são possuidores de ira incontrolável.
O autor faz um apelo para que a Instituição Espírita de hoje possa evocar a Casa do Caminho, onde Pedro, Tiago e João viveram os ensinamentos de Jesus e mantiveram a continuação do contato com o Mestre, a fim de que tivessem forças para o testemunho, o sublime holocausto da própria vida.
É chegada a hora de se atender à proposta de Bezerra de Menezes em seu projeto de União e de Unificação. Reunir os Espíritas sérios para o estudo das obras de Allan Kardec e para o trabalho no bem em espírito de equipe e, juntos, falarem a mesma “língua”, utilizando-se dos princípios da Doutrina Espírita.


REFERÊNCIA:
FRANCO, Divaldo. Perturbações Espirituais. (Manoel Philomeno de Miranda). Salvador, BA: LEAL, 2015
KARDEC, A. O livro dos Médiuns trad. Evandro Noleto Bezerra 2.ed. Brasília, DF: FEB, 2013.
RIBEIRO DA SILVA, SAULO C. O Evangelho por Emmanuel: comentários ao evangelho segundo Mateus. Brasília, DF: FEB, 2014.
XAVIER. F. Cândido (Emmanuel) Paulo e Estêvão 45. ed. Brasília, DF: FEB, 2017.




ESTÊVÃO

A história de Estêvão no Evangelho começa com um diálogo entre os discípulos de Jesus que continuaram seu trabalho atendendo aos mais necess...