EXAMINA O TEU DESEJO
Emmanuel no livro Mediunidade e Sintonia (ed. Cultura Espírita União) nos adverte quanto à realização dos nossos desejos. Tudo o que conseguimos fazer é porque um dia o desejamos.
Emmanuel no livro Mediunidade e Sintonia (ed. Cultura Espírita União) nos adverte quanto à realização dos nossos desejos. Tudo o que conseguimos fazer é porque um dia o desejamos.
O autor espiritual nos adverte que é justamente por esses desejos que nos sintonizamos com os Espíritos afins.
Se existe o hábito da maledicência, logo nos tornaremos veículos dos Espíritos infelizes que estimulam a injúria e a crueldade nas palavras ferinas.
Se o que importa são os prazeres dos sentidos físicos, bem cedo nos cercaremos de amigos dos vícios mais diversos.
Quando a autoridade se torna motivo de expressão de superioridade, usando os valores intelectuais de forma equivocada, logo nos tornaremos canal de insensatez e loucura.
Agir com bondade, boa vontade com os semelhantes, leveza no coração, para que tenhamos como companhia os mensageiros do Eterno Bem, impelindo-nos à construção do bem e da felicidade comum na Terra.
É hora de parar e observar o próprio rumo. Para onde estou indo? Qual tem sido o sentido da minha vida? Com essas respostas saberemos quem nos acompanha no invisível.
Aperfeiçoar-se, elevando os pensamentos, selecionando as palavras oferecidas ao outro, estando disponível sempre a ajudar é a única forma de caminharmos com o concurso daqueles pioneiros da evolução que nos antecederam na jornada de luz, inspirando-nos ao bem, possibilitando-nos a vitória da alma.
Examinemos nossos desejos e vigiemos nossos pensamentos. Dependendo do que pensarmos e desejarmos estaremos libertando nosso coração com as asas do bem ou prendendo-o nas algemas do mal, no mesmo planeta, na mesma existência.
O ARGUEIRO NO OLHO DO OUTRO E O COMPORTAMENTO EXCLUDENTE
Somos todos irmãos e
irmãs, somos da mesma espécie e, portanto, com os mesmos comportamentos.
Estamos em um mundo de
provas e expiação, por isso somos todos Espíritos imperfeitos em processo de
aprimoramento físico e espiritual.
Segundo a psicologia, o
que vejo no outro é aquilo que pulsa dentro de mim e não consigo resolver,
sequer aceitar.
Daí a expressão de
Jesus: “Por que reparas o argueiro no olho do teu irmão?” (Mt, 7:3).
Emmanuel, mentor de
Chico Xavier, no livro Fonte Viva nos alerta que ao vermos o argueiro no olho
do outro, não reparamos que, muitas vezes, ele possa também trazer os pés sangrando.
Não conhecemos suas
mãos, calejadas pela vida, seu coração ferido pelos golpes da ignorância e da
inexperiência.
Emmanuel nos convida a
habituarmos nossa visão na procura do melhor no outro.
Devemos agir como um
garimpeiro: em um lugar onde só se vê cascalho, ele vê além e procura a sua
pepita de ouro. Cada ser humano possui muitas pepitas de ouro, mas nosso olhar
só consegue, muitas vezes, ver cascalho.
Para Emmanuel, perdemos
colaboradores valiosos e respeitáveis, que são deixados à margem por nossa
irreflexão, por serem portadores de leves defeitos ou de sombras
insignificantes do passado, que o movimento em serviço poderia sanar ou
dissipar.
Precisamos aprender a
classificar o outro pelas suas qualidades e não pelas suas imperfeições. Ao
encontrar as dele, encontraremos as nossas também.
Como membros da
sociedade nós devemos aprender a acolher, respeitar e incluir. Com isso
conseguiremos contribuir com uma sociedade mais justa e acolhedora, onde caiba
todo mundo.
Atualmente há muitos
debates sobre a questão da inclusão social, sobre políticas públicas para esse
fim, no entanto, antes de tudo, é preciso educar o nosso olhar. O outro não é
diferente de mim, o outro sou eu em nova versão. Por isso Jesus disse para
amarmos o próximo como se estivéssemos amando a nós mesmos. Só assim
conseguiremos amar a Deus.
De acordo com o autor,
esperamos alcançar a nossa melhoria contando com a benemerência do Senhor, mas
negamos ao próximo a confiança no futuro.
Se eu rejeito o meu
irmão, qualquer que seja ele, minha vida não flui e não conseguirei ser feliz.
Quem rejeita o outro, exclui a si mesmo, isola-se no processo de humanização em
que todos nos encontramos.
Não devemos nos esquecer
da tarefa que o Senhor espera de nós: a edificação do bem e da luz. Somente assim,
o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos
obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo-nos a felicidade e
o equilíbrio, por meio de incessante renovação.
Emmanuel nos convida a
recordar o olhar compreensivo e amoroso de Jesus. Ele jamais se deteve na faixa
escura dos companheiros de caminhada.
Quando curou o cego
Bartimeu na estrada de Jericó, viu o amigo que poderia tornar a ver e restituiu
a sua visão para enriquecer-lhe a existência.
Em Maria de Magdala vê a
irmã sofredora e restaura-lhe a dignidade própria, imprimindo-lhe a beleza
espiritual renovada que lhe transmitiria, mais tarde, a mensagem divina da
ressureição eterna.
Mesmo com a negação de
Pedro, Jesus vê nele o aprendiz invigilante e transforma-o com o tempo, no
baluarte seguro do Evangelho, operoso e fiel até o martírio da crucificação.
Jesus vê em Judas o
colaborador traído pela própria ilusão, fascinado pela honraria terrestre.
Emmanuel nos orienta a
buscar algo do olhar de Jesus para nossos olhos e a crítica será
definitivamente banida do mundo de nossas consciências, porque teremos atingido
o entendimento que nos fará discernir em cada ser do caminho, um irmão nosso,
necessitado, antes de tudo, de nosso auxílio e de nossa compaixão.
XAVIER, C.(Emmanuel)
Busquemos o Melhor (113) in: Fonte Viva 37.
ed. Brasília: FEB, 2015.
SILVA, Saulo C. R. O Evangelho por
Emmanuel: comentários ao evangelho segundo Mateus Brasília: FEB, 2014.
O ESPÍRITA NA EQUIPE
O espírita, no conjunto de
realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente com o dever de funcionar em
sintonia com os elevados objetivos da máquina. Um templo espírita não é simples
construção de natureza material. É um ponto do Planeta onde a fé raciocinada
estuda as leis universais, mormente no que se reporta à consciência e à
justiça, à edificação do destino e à imortalidade do ser. Lar de esclarecimento
e consolo, renovação e solidariedade, em cujo equilíbrio cada coração que lhe
compõe a estrutura moral se assemelha a peça viva de amor na sustentação da
obra em si. Não bastará frequentar as reuniões. É preciso auscultar as
necessidades dessas mesmas reuniões, oferecendo-lhes solução. Respeitar a
orientação da Casa, mas também contribuir, de maneira espontânea, com os
dirigentes, na extinção de censuras e rixas, perturbações e dificuldades, tanto
quanto possível no nascedouro, a fim de que não se convertam em motivos de
escândalo. Falar e ouvir construtivamente. (...) Sobretudo na organização espírita,
o espírita é chamado a colaborar na harmonia comum, silenciando melindres e
apagando ressentimentos, estimulando o bem e esquecendo omissões no terreno da
exigência individual. Emmanuel
Livro: Estude e Viva – Chico Xavier e Waldo Vieira
RECADO AOS MÉDIUNS
Para Emmanuel, aquele
(a) que escolheu ser médium deve se lembrar que essa tarefa exige renúncia,
abnegação e sacrifícios espontâneos. “Faz-se mister que todos os Espíritos,
vindos ao planeta com a incumbência de operar nos labores mediúnicos, compreendam
a extensão dos seus sagrados deveres para a obtenção do êxito no seu elevado e
nobilitante trabalho”. (Xavier/Emmanuel, 2013, p.75)
Ele chega a dizer que
ser médium é um “santo sacerdócio”, pela grandeza da sua responsabilidade e faz
menção à passagem evangélica: “a quem muito foi dado, muito será pedido”. (Lc
12:48).
É obrigação do médium
cumprir com severidade e nobreza a sua obrigação, com consciência serena.
Renunciando à própria personalidade, aos desejos e aspirações de ordem
material, para atingir a sua felicidade.
O médium tem por dever
espalhar no mundo a certeza da imortalidade, mesmo que para isso tenha que
superar pedras e acúleos do caminho, ciente que encontrará sempre nos recantos
do seu mundo interior os tesouros do auxilio divino. Ninguém está sozinho nessa
nobre tarefa.
Emmanuel não esconde a
realidade quando diz que a Terra ainda se encontra em situação de sombra e de
lágrimas e que, quando se quer fazer luz através da difusão da verdade,
encontra-se resistência, e a reação das trevas chega a ser cruel. Por isso ele
orienta ao médium a prática constante da oração e vigilância porque será mais
assediado e tentado, caindo, muitas vezes, em ciladas e tramas nem sempre
fáceis de solucionar.
Outro alerta que o
mentor de Chico Xavier faz questão de enfatizar é que o médium não é um
missionário na acepção comum do termo. Muitas vezes é uma alma que fracassou
desastradamente, que contrariou o curso das Leis Divinas, e que resgata, sob o
peso desse novo compromisso um passado obscuro e delituoso.
É a oportunidade pedida
para reorganizar, com sacrifícios, tudo quanto foi esfacelado em
arbitrariedades pretéritas, quando houve abuso do poder, da autoridade, da
fortuna e até mesmo, da inteligência. Agora é a hora de se pensar no outro,
tanto encarnado, quanto desencarnado.
Ciente disso, cabe a
cada médium reconhecer que todo padecimento e provação faz parte da
oportunidade que a Providencia lhe ofereceu para restabelecer sua saúde
espiritual, combalida nos excessos de vidas mal orientadas, “nas quais se
embriagaram à saciedade com os vinhos sinistros do vício e do despotismo”.
(Emmanuel, p.77).
Todo médium é um
trabalhador de Jesus e, diante disso, deve alicerçar-se nos seus ensinamentos
através do Evangelho. Assim, a eficácia de um trabalho mediúnico vai depender
do desprendimento do médium e da sua caridade e de não se esquecer da
orientação do Mestre: “Dai de graça o que de graça recebeste”. (Mt 10:8)
O comportamento do
médium em sua vida social também deve ser observado. Recomenda-se evitar
ambientes nocivos e viciosos e ainda procurar melhorar o seu meio ambiente com
um exemplo de verdadeira assimilação da Doutrina que professa.
Todos devem entender que
mediunidade não é dom, no sentido
de graça ou privilégio de alguns, mas sim oportunidade bendita de reparar
faltas pretéritas e auxiliar um sofredor, enquanto se aprende com ele, com seus
erros, com seus sofrimentos e com a sua mensagem.
Quando for submetido a
um teste a partir de uma mistificação, não se impressionar. Conscientizar-se
que, com a fé, com a pureza das intenções, com sentimento evangélico, pode-se
vencer essas arremetidas dos que se comprazem nas trevas da ignorância.
É grande a tentação para
o médium escolher a porta larga, conforme as palavras de Emmanuel, porém, o
médium deve ponderar sobre suas obrigações sagradas. Mesmo em provação, é
preciso vencer e ser resistente dessa vez, para não “soterrar a sua alma na
escuridão dos séculos de dor expiatória”.
Para Divaldo Franco
(2010) a mediunidade é uma faculdade abençoada por Deus. Paulo a chamou de carisma ou dom (1Co 12)
e Allan Kardec preferiu cunhar essa faculdade orgânica com o nome de
mediunidade.
“No dia em que todos nos
dedicarmos a essa viagem interior para a nossa transformação moral para melhor
e nos tornarmos canais do mundo espiritual superior, estaremos construindo a
sociedade justa e feliz, que se apresentará como mundo de regeneração, cujo
trânsito vem acontecendo desde há alguns anos”. (FRANCO, 2010, p. 153).
Que todo médium possa
agradecer sempre pela oportunidade recebida e procurar fazer o seu melhor.
Todos têm muito a ganhar com isso.
REFERÊNCIA:
XAVIER, F. C. (Emmanuel)
Emmanuel. 28. ed. Brasília, DF:FEB, 2013.
SAEGUSA, Cláudia (org.)
Divaldo Franco Responde. Vol. 1 São Paulo: Intelítera, 2010.
BÍBLIA DE JERUSALÉM São
Paulo: Paulus, 2002.
Aprendemos com todos os mestres espirituais da humanidade que as
palavras criam nosso destino e, portanto, criam também a nossa saúde ou doença.
A palavra, quando repetida com sentimento, cria um campo magnético
poderoso capaz de atrair a ideia expressada.
Palavras são como sementes; existem as positivas e as negativas.
Nós escolhemos quais delas alimentar.
Todo o processo de cura se estabelece na mente, passa pela boca e
se completa no coração.
É verdade que toda cura começa na mente, mas passa também pelo que
sai da nossa boca.
Por isso fale somente o bem, tenha boas palavras para consigo
mesmo, para com o próximo e para com médicos, enfermeiros, familiares e amigos,
pois assim estará educando o seu corpo com a sabedoria das suas palavras.
José Carlos De Lucca (livro: Sempre Melhor)
ABORTO À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
Antes de
se falar em aborto é preciso falar da vida e realizar uma reflexão filosófica a
respeito. O que eu sou? Porquê e para que nós nascemos?
De acordo
com a filosofia espírita, eu sou um Espírito. Espírito é o elemento inteligente
da criação. Cada um de nós foi criado por um Deus perfeito e eterno, com o
objetivo de povoar o universo para todo o sempre. Criados de forma simples e ignorando
tudo de início, até que ao longo do tempo possamos evoluir de forma
intelectual e moral para alcançarmos a perfeição. Uma perfeição, cujo modelo é
Jesus Cristo.
A Terra é
uma escola e cada lar uma oportunidade de aprendizado constante.
Assim,
quando uma mulher engravida, ela deve conscientizar-se de que dentro dela há um
filho de Deus que lhe foi confiado para ser educado para toda a eternidade. Ela
foi escolhida para essa grande responsabilidade.
É preciso
lembrar que a única entrada para a vida nesse planeta é através da mãe.
Quando
uma mulher aborta está negando essa chance, essa bênção de Deus para o Espírito
e para ela mesma.
O aborto
é um atentado à vida humana numa condição em que a vítima não tem condição de
se defender.
O
espiritismo desaconselha o aborto em qualquer circunstância, a não ser que haja
risco para a vida da mãe, essa é a única exceção (questão 359 de O Livro dos
Espíritos).
Conforme
os Espíritos explicaram a Allan Kardec, existe sempre crime quando se
transgride a Lei Divina. Eles reforçam, ainda, que a mãe, ou qualquer pessoa,
cometerá sempre crime tirando a vida de uma criança antes de nascer, porque
está impedindo à alma, de aprender com as provas das quais o corpo deveria ser
o instrumento.
No
entanto, há sempre a livre escolha, tanto para a mulher, quanto para os
familiares envolvidos nessa situação. Em tudo o que nos acontece na vida somos
livres para escolher, porém, toda ação acarreta uma consequência. Tudo o que se
planta colhe. Um aborto provocado pelo livre arbítrio terá suas consequências
nessa ou em outra vida.
A
liberdade deve vir sempre acompanhada da responsabilidade. Se a mulher é livre
para escolher abortar, mesmo que esteja amparada pela lei dos homens, deverá
arcar com a responsabilidade desse ato.
O que
geralmente acontece para as nossas faltas é um sofrimento corretivo ou expiação
educativa para restabelecer a ordem cósmica, o equilíbrio. No caso do aborto a
consequência será para todos os envolvidos: a mulher, o pai, que às vezes até
induz a esse aborto, os familiares, se forem coniventes e até os médicos que o
realizaram.
Quando se
discute sobre o aborto, sempre vem a questão em relação ao início da vida. Segundo
o Espiritismo, desde o instante da concepção o Espírito designado para habitar
um corpo a ele se liga por um laço fluídico, que cada vez mais vai se apertando
até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta,
anuncia que ele se encontra no número dos vivos. Isso significa que a
encarnação se inicia na concepção e se completa no momento do parto.
O
Espírito não está propriamente dentro do corpo do feto, mas já está vinculado a
ele. Acontece uma espécie de perturbação porque o Espírito está se desligando
do mundo espiritual para entrar no mundo da matéria, é o contrário da
desencarnação. Se, nesse período, a gravidez é interrompida de forma não
natural, o Espírito se perturba porque não entende o que aconteceu, já que ele
estava sendo preparado para uma situação e ocorre outra de repente. É como se
estivéssemos atravessando um túnel, com uma luz no final, sabemos que vamos
chegar até lá, de repente a luz se apaga e ficamos no escuro. Qual a nossa
sensação e quais os sentimentos que ela pode provocar?
Essa é
uma questão muito delicada. O sentimento é o mesmo daquele que foi assassinado.
Só o perdão o libertará dessa mãe e dos seus cúmplices. E o sentimento de
revolta, angústia e desespero do Espírito pode ser sentido pela mãe levando-a
ao desequilíbrio.
Essas
situações acontecem porque, a maioria das pessoas têm dificuldade em perdoar.
Quando desencarnam continuam com essa dificuldade e, podendo se vingar, o
farão. Até o remorso sentido pela mãe pode ser influência do Espírito num
processo obsessivo.
Sabendo
que o espiritismo tem como um de seus princípios a reencarnação, cada
existência é a oportunidade de repararmos equívocos de vidas passadas e, mesmo
que o Espírito vá ficar pouco tempo em um corpo, como no caso de uma criança
anencéfala ou com qualquer síndrome grave, é uma forma educativa para toda a
família. É a oportunidade para se valorizar o corpo, a vida.
Para se
readquirir um molde para a formação de um corpo melhor em outra vida a base é
sempre o amor. Para isso, é preciso ver a vida além da matéria e amar sempre.
A
Doutrina Espírita é bastante esclarecedora nesse sentido, sem dogmas, sem
ilusões, mas com uma visão crítica sobre a vida eterna e suas causas e
consequências. É bom esclarecer também que o espiritismo não é contra nada
no sentido de proibição. Ele adverte e esclarece sobre os excessos que
cometemos na vida e as possíveis consequências. Ele trabalha com
possibilidades, não com respostas fechadas.
O que
geralmente acontece é que ninguém quer ter problemas, por isso é hora de mudar
o significado da palavra problema, substituindo-a por desafio, aprendizado,
crescimento.
Quando se
tem um filho, vários sentimentos são despertados em nós. Muitos valores são
trabalhados, como a renúncia, o devotamento, a tolerância, a ternura. É, com
certeza, um grande aprendizado de vida, extensivo aos tios, avós, madrinhas,
que muitas vezes assumem o papel de mãe ou de pai, na ausência dos pais
biológicos.
Se uma
gravidez não planejada pode parecer um problema à primeira vista, após a
aceitação, vem o aprendizado e a superação, que não tem preço. E quanto às
pessoas que dizem que o pobre já tem muitos filhos e que será mais um marginal
para a sociedade, isso não é uma questão de ter filhos ou não, é uma questão
socioeconômica e política.
Em tudo o
que acontece existe a vontade de Deus e sua obra, não devemos tratar
levianamente as coisas que devemos respeitar. Nada acontece na nossa vida por
acaso e tudo tem por finalidade um aprendizado, para todos os envolvidos numa
situação qualquer. Antes de qualquer atitude precipitada, oração, fé. Procurar
sempre no amor e em Deus a força necessária para aceitar o que, muitas vezes,
não entendemos de pronto.
O momento
é de se estimular programas e projetos que salvem vidas, que estimulem à vida.
Usar da criatividade humana para promover a vida, não para eliminá-la.
É preciso
ter consciência do crime que se pratica quando se interrompe o curso da vida de
um ser. Não importa se esse curso esteja em sua fase inicial e amparado por uma
questionável “legalidade”.
Cabe a
cada um de nós amar a vida e dignificá-la, e, aos homens públicos e os
legisladores assegurar legalmente o respeito à vida e aos direitos humanos
(inclusive do nascituro). Somos, sem dúvida, seres criados por Deus,
cujas Leis, entre elas, a maior, a Lei do Amor, regem nossos destinos.
REFERÊNCIA
KARDEC,
A. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. Brasília: FEB, 2013.
Inúmeras mensagens mediúnicas têm alertado aos Espíritas em geral quanto
à vigilância e oração para se evitar o “ataque das trevas”
e a dissolução da equipe de trabalho em qualquer Casa que se pretenda mourejar
no bem de todos e manter a luz na Terra.
Orientações essas que vêm ao encontro da advertência de
Jesus (Mt, 26:41) “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito
{está} pronto, mas a carne (é/está) fraca”.
O livro Aconteceu na Casa Espírita, por exemplo, ditado pelo Espírito
Nora e psicografado pelo médium Emanuel Cristiano da cidade de Campinas traz,
em seu prefácio, uma mensagem do Espírito Wilson F. de Mello alertando os
espíritas quanto à necessidade e responsabilidade no serviço que abraçaram.
Segundo esse Espírito “almas enfermas podem tentar contra
a obra do Senhor, aproveitando as fraquezas humanas, no entanto, miríades de
benfeitores espirituais, arautos do céu, apoiam, protegem e incentivam todo
aquele que deseja cooperar de maneira honesta e verdadeira, com aprendizado e
testemunho”.
Wilson F. Mello pelas mãos de Cristiano alerta ainda que
o que quer que venha a acontecer no Centro Espírita será sempre de inteira
responsabilidade do trabalhador, independente do serviço que execute. O autor
alerta ainda para as “brechas” que são abertas na Casa Espírita advindas do
orgulho, da vaidade, da língua ferina e da intolerância.
Pede-se, principalmente ao médium, especial vigilância
quanto à ansiedade de ver as páginas psicografadas por ele, publicadas ao
público. Pede, também que se tome cuidado com os elogios gratuitos, pois são graves obstáculos à
mediunidade. A obra é sempre do Criador e sua proposta é com a simplicidade e a
humildade.
Manoel Philomeno de Miranda pelas mãos abençoadas de
Divaldo P. Franco traz à lume em 2015 o livro Perturbações Espirituais, também
tratando sobre o mesmo tema: orientação aos trabalhadores da Seara Espírita
quanto a essa fase de transição planetária.
O autor no prefácio do referido livro apresenta-o como um
relato do intercâmbio entre as duas esferas da vida, abordando os desafios
modernos em forma de obsessões coletivas e individuais, especialmente nas
Instituições Espíritas sérias e dedicadas à renovação da sociedade e a todo
grupamento humano dedicado ao progresso e à felicidade das criaturas.
Sendo assim, o momento atual exige cautela, união dos
trabalhadores do Movimento Espírita, unificação das ideias genuinamente
espíritas, pautando-se em Kardec e suas obras, que trazem a mensagem de Jesus
aliada à razão e com proposta filosófica de vida.
O próprio Kardec em O Livro dos Médiuns apresenta uma
mensagem de São Vicente de Paulo no capítulo 31, que diz:
O
Espiritismo deveria ser um escudo contra o espírito de discórdia e de
dissensão. Mas esse espírito, desde todos os tempos, vem brandindo o seu facho
sobre os humanos, porque tem inveja da felicidade que a paz e a união
proporcionam. Espíritas! Ele pode penetrar nas vossas assembleias e, não
duvideis, procurará semear entre vós o desamor, embora seja impotente contra os
que tenham a animá-los o sentimento da verdadeira caridade. Acautelai-vos e
vigiai incessantemente à porta do vosso coração, como à das vossas reuniões,
para que o inimigo não penetre. Se os vossos esforços forem inúteis contra o
inimigo de fora, sempre dependerá de vós impedir-lhe o acesso em vossa alma. Se
houver dissensões entre vós, só por Espíritos maus poderão ser suscitadas.
Mostrem-se,
por conseguinte, mais pacientes, mais dignos e mais conciliadores aqueles que
se achem penetrados, no mais alto grau, dos sentimentos dos deveres que a
urbanidade lhes impõe, tanto quanto o verdadeiro Espiritismo. (São Vicente de
Paulo)
Ainda é Kardec quem revela na introdução de O Livro dos
Espíritos que os Espíritos estão por toda a parte no espaço e ao nosso lado,
atuam sobre a matéria e sobre o pensamento, sendo constantes as relações deles
com os encarnados. “Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas
provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos
impelem para o mal”.
Que as leituras edificantes, o estudo constante e a ação
no bem, escolhidas por todos a partir do livre-arbítrio, sejam os escudos
necessários para não se sucumbir em tempos de transição planetária.
REFERÊNCIA
CRISTIANO, EMANUEL
(Nora – Espírito) Aconteceu na
Casa Espírita Campinas, SP: CEAK, 2001
FRANCO, Divaldo (Manoel P. de Miranda – Espírito) Perturbações Espirituais. Salvador, BA:
LEAL, 2015
KARDEC, A. O Livro
dos Médiuns trad. Evandro Noleto Bezerra 2. ed. Brasília, DF:FEB, 2013.
__________ O Livro
dos Espíritos trad. Guillon Ribeiro 93. ed. (edição histórica) Brasília,
DF:FEB, 2013.
O Novo
Testamento trad. Haroldo Dutra Dias FEB, 2013
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